Ela realmente aprendeu a amar, eles a ensinaram tão bem que no coração dela havia um espaço gigante escrito "reservado para crianças que ensinarei", o engraçado é que esse lugar aumentava a cada nova criança que cruzava a sua vida profissional...Não há com o que se preocupar, aqui tem espaço para todos dizia o coração, mas o cérebro respondia:
-Não conseguirei amar os novos como eu amava os antigos.
E nisso, o coração gargalhava e pensava que era apenas questão de semanas...o único problema é que agora ela não tinha mais semanas. A decisão era: abrir-se novamente aos novos e depois sentir a falta e relembrar várias vezes os momentos, os sorrisos, o obrigada professora, o carinho, o abraço, o beijo, as peripécias, as alegrias e até chorar com isso ou se fechar totalmente, não amar mais e não se abrir a tudo isso, não viver, não se encantar e decidir apenas sobreviver aos dias letivos.
Ela lembrou do último dia que recebera uma flor:
-Prô pega óh (disse a criança de 6 anos)
Foto por A.N.
-Que legal...(eu disse)
-é para você
Foi então que ela juntou o cérebro e o coração e decidiu amar novamente, abrir-se para o novo concluindo que é melhor haja amor mesmo que com data marcada para findar-se o encontro.