Continuando o relato da minha vida escolar...
Além disso, em 2011, também fiz aula de teatro, em uma aula a professora trabalhou
com as emoções que fez com que eu contasse a minha história, assim, contei a
história do que eu senti em voltar em um lugar que tinha estudado há 15 anos.
Após contar a história, a professora de teatro pediu que eu a escrevesse e ela
foi lapidada da seguinte forma:
Minha história: Presente e passado entrelaçado
Conheço uma menina que resolveu
voltar para a escola que ela tinha estudado há 15 anos, porém dessa vez ela não
era denominada como aluna, mas sim como estagiária. A menina entrou na escola ansiosa para
encontrar algo que lhe parecesse familiar, então ela olhou para o pátio e
lembrou que era nele que ficava sentada em fila esperando sua mãe chegar, quase
sempre ela fixava o olhar no portão procurando a mãe que nunca era a primeira a
entrar.
-Hei Pedro, sua mãe chegou! Carla
agora é a sua- dizia a menina.
Após alguns minutos que o portão
tinha sido aberto a menina continuava sentada esperando, e enquanto isso ela
brincava de “caminhão de laranja”, “babaloo” e tantas outras brincadeiras que
utilizavam as mãos. Mas agora já tinha se passado 15 anos, ela olhou para a
direita procurando o “parque” e encontrou as gangorras, os balanços, mas não
encontrou o brinquedo que ela mais gostava: o trepa - trepa, que permitia que
ela ficasse mais alta que os adultos.
Ela
olhou para a esquerda, procurando a piscina que tanto gostava, entretanto
encontrou uma quadra no lugar da azul piscina que era utilizada poucos dias no
mês. Sem desistir de encontrar
resquícios do passado a menina colocou-se nas pontas dos pés e inclinou o corpo
procurando enxergar o extremo da escola, e então ela sorriu, ao perceber que
ainda tinha algo que permanecia da mesma forma, era o tanque de areia. No mesmo instante ela
imaginou-se garotinha, sentada em meio aquele marrom todo, ela tocava aquela
areia que escorria por seus dedos. A garotinha adorava construir castelos das
histórias que a professora contava, era “Cinderela”, “Bela e a Fera”, “Branca
de Neve” e tantas outras histórias.
Ela
sempre pensava:
-
Esse castelo será da “Chapeuzinho Vermelho”, coitada não teve príncipes e nem
castelos.
Enquanto
pensava também fazia muro, pontes e duas portas para o castelo.
Quando
cansava de fazer castelo, pegava o balde enchia de areia e misturado com
imaginação, aquela areia virava bolo de morango, bolo de chocolate, e se
encontrava um graveto ele logo era transformado em vela de bolo de aniversário
e se quisesse uma festa era só chamar os colegas da classe que prontamente
cantavam parabéns, e na hora de assoprar a velinha diziam:
-
Assopra mais forte igual ao lobo mau dos três porquinhos.
Mergulhada
em sua imaginação, ela voltou para o pátio e levou o olhar para o lado, foi
quando ela paralisou, não acreditava no que estava vendo, em um momento tudo
parecia ter voltado 15 anos da sua história, a menina tinha encontrado a
professora de quando era aluna daquela escola. A professora não tinha mudado,
continuava com o mesmo cabelo a mesma pele e mesmo sem reconhecer sua aluna do
passado, a adorável e serena professora esboçou um sorriso singelo e simples,
naquele momento passado e presente se entrelaçava, foi quando a professora
disse:
-
“Hei turma, vamos turma tomar o lanche...”
Ela
olhou para a sua ex-aluna, e disse
-“essas
crianças!”
A
menina permaneceu observando a professora, seguindo-a com o olhar e procurando
alguma coisa do passado. Até que percebeu que a professora não era mais a
mesma, apesar de aparentemente estar igual, algo tinha mudado, pois a
professora que antes era admirada e considerada uma heroína que a pequenina
sonhava em ser igual, agora parecia tão frágil.
A
professora não era a mesma, a menina tinha certeza. Foi então que a estagiária
percebeu que fazia menos de 05 minutos que ela estava naquele pátio, e que
nesse tempo ela tinha voltado quinze anos da sua história, passado e presente tinha
se entrelaçado.
Refletindo,
a estagiária considerou que antes a professora parecia tão forte e grande
porque a menina era pequenina e a olhava de baixo para cima, agora ela está do
tamanho da professora e a olha frente a frente.
Não
sei se fiz certo revirar nas minhas memórias, que como um baú foi aberto no
exato momento que olhei para aquele pátio na posição de estagiária. Se é certo
fazer isso eu não sei, mas de uma coisa eu sei: esse baú continua aberto, para
tantas e tantas HISTÓRIAS, tantas e tantas MEMÓRIAS.
Aline de Novaes
23/08/11
23/08/11
Essa história representa uma etapa
muito importante da minha vida e realmente o baú de memórias continua aberto...Em breve continuo a proposta do "Professorando", postando sobre minha escolha em ser professora!
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