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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Quando será mãe?


-Quando será mãe?

-Se tudo dar certo, nunca!

-Como assim? Você tem que ser mãe, gosta tanto de crianças.

-Exato, filhos crescem, viram adolescentes, não gosto de adolescentes.

-Mas na bíblia está que você precisa ser mãe.

-Onde? 

-Aquele versículo lá de crescer e multiplicar...

-Ah sim, porque a terra estava vazia...Lá também tem para não comer carne de

 porco, guardar o sábado e por aí vai. Está faltando interpretação de texto...

-Mas por que você não quer?

-Por que eu teria que querer?

-É maravilhoso...

-Você quis?

-Não, foi um acidente, mas foi a melhor coisa da minha vida!

-De todos que conheço que tem filhos, só minha irmã não foi um acidente e tentou por 1 ano...Que coisa! Interessante que todos falam a mesma coisa, realidade ou sua razão tentando amenizar o fato de que você nunca desejou uma criança e agora tem?

-Você tem que ter filho!

-Isso te faria sentir melhor? Não tenho, estou muito bem assim, minha liberdade, minhas necessidades, minhas escolhas...

-Minha vida mudou...Não tenho mais tempo para mim, não compro mais o que comprava antes, gasto todo meu tempo com meu filho...

-Meus sentimentos, sinto muito. Meus pêsames pelo seu eu que faleceu!

-Você já percebeu que quem estuda muito, fica muito inteligente não quer ter filho? Se o tem é bem mais velho e costuma ser um?

-Pois é...

-Você não vai ter filho mesmo?

-Estou feliz, completa.

-Mas e seu esposo?

-Quer menos ainda, apesar de que seria um ótimo pai, pois sabe cuidar muito bem de humanos...

-Mas o que farão?

-Viajaremos, chegaremos a hora que quisermos, não pagaremos escolas, decidiremos o que vamos querer fazer, mas fique tranquilo, opção não falta!

-Posso confessar algo?

-Sim.

-Eu não queria ter filhos!

-Eu sei....Foi um acidente! Agora finja que foi a melhor coisa da vida, mesmo com todo dinheiro, tempo e preocupação...

Você terá outro?

-Deus me livre...

-Ué, não foi a melhor coisa da sua vida?

-Não...mas eu preciso acreditar para suportar!

-Meus sentimentos!




domingo, 20 de janeiro de 2019

O caso é grave...



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-Qual a última vez que leste uma literatura meu caro? 

-Creio que nunca li um livro literário...
-Pensa certinho, um clássico...
-Acho que não mesmo.
-Não é possível! Já sei o que te receitar e o que deixa te neste estado.
-Injete pitadas de Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Macunaíma, Vidas Secas,  O cortiço, Escrava Isaura, Grande Sertão Veredas, coloque umas pitadas de poemas de Fernando Pessoa e volte aqui após três meses.
-Mas, mas, mas, mas... senhor médico, é pouco tempo, como lerei tudo isso em tão pouco tempo?
-Darei-te um atestado e você ficará internado na UTI, com visitas restritas, seu caso é gravíssimo, e precisa logo curar-te dessa falta de humanidade.







Inspiração da criação do trecho acima: “Trazendo em si o que chamamos o bem e o que chamamos o mal, [ela, a literatura] humaniza em sentido profundo porque faz viver”  Antonio Candido (1995) 

sábado, 30 de julho de 2016

Você me completa???


Sobre acompanhar outras histórias e pensar em um texto após isso






Ele disse que ela o completava, mal percebeu a repulsa dessa frase. Ela olhou, pensou e naquele instante não havia nada além dela e os pensamentos.
Aquela romântica frase em um momento tornou-se temida, como assim? Ela pensava... "está ele incompleto e eu sou necessária a ele porque algo o diz que sou a outra parte dele?" 
Queria ela que ele entendesse que não há como se completar no outro, ela havia compreendido que completa mesmo só seria em Deus e precisava de alguém que a complementasse...
Tristemente ela o olhou e percebeu que não era ele o amor da sua vida e ele? 
Deveria tornar-se completo para depois se relacionar... Junte suas partes menino, você ainda não é inteiro para entrar em um relacionamento.





quarta-feira, 15 de junho de 2016

Com eu era antes de você: dica de um filme





Se você quer assistir um filme romântico, baseado em livro, surpreendente com um drama que te faça chorar de soluçar, não perca o filme Como eu era antes de você
Domingo assisti a pré-estreia desse filme aqui na minha cidade e chorei liiiiitros, no começo pensei que os comentários que havia lido sobre o filme eram exagerados, mas depois de um tempo percebi que  exagero era a minha minimização da lindeza do filme, o cinema todo parecia que estava gripado rs o filme é engraçado, um humor leve baseado na autenticidade e singularidade da personagem principal que aceita o emprego para cuidar de alguém que vive na cadeira de roda com todos os movimentos paralisados, exceto o rosto. No decorrer da história, eles se aproximam, ele deixa o aspecto carrancudo de lado e passa a curtir um pouco a vida ela por outro lado, passa a assistir filmes legendados, viaja com ele e frequenta lugares que não frequentaria antes, com uma sutileza singular cada qual transforma a vida do outro, até que.....


*Há alguns pontos críticos no filme, como o fato dela se apaixonar estando namorando e o fato de terem relações antes de casarem...São pontos a serem considerados, são pontos que não deixaram o filme ser perfeito, mas foi por pouco...

sábado, 28 de maio de 2016

Um casal: a flor e o espinho


 Ele um homem que analisava, um dia se depara com um tipo de mulher-menina-flor, chegou aos poucos, elogiando nada, se encontrando pouco e conversando muito. A cada conversa uma análise, a cada encontro uma pesquisa, perguntas, perguntas, análise da cabeça aos pés, do cérebro ao coração. Cada novo encontro um novo conhecimento, como uma floresta encantada iam magicamente adentrando e se conhecendo e a cada novo dia era uma nova e feliz descoberta....Não havia desafios a não ser serem felizes e curtirem aquele tempo eterno em suas memórias.Ele concluiu sua pesquisa e considerou finalmente que deveria investir no casamento com aquela flor, inicialmente, conheceu a cor da flor, o perfume, o jardim que a rodeava...em meio a esse conhecimento, a flor despertava a poesia daquele homem. Que contraditoriamente se mostrava tão frágil, sereno, cuidadoso.Atento a cada mudança climática, a cada altura do sapato, a cada cabelo novo ele oferecia blusas, mudança de ambiente, entrega na porta e mãos afastadas do cabelo. Ele a olhava, como quem encontra um ouro e na sua face tem o brilho refletido, ele a amava, de uma maneira inicial mais com intensidade gigante . Aquele olhar admirado, uma princesa pensava ele, naquele curto espaço de tempo só pensava em como estava feliz de agora ser completamente feliz. A cada novo mês, havia uma lembrança e eles festejavam mais dias juntos. Os sonhos aumentavam, queriam tornar-se um, uma casa, uma vida, um casal...Tentavam agradar um ao outro, as expressões eram sempre de felicidade, sorriso, carinho e cuidado. Como não amar tudo isso? A plenitude de um início de relacionamento, um abraço era o melhor abraço, um sorriso era o melhor sorriso, um passeio era o melhor passeio, estavam naquela fase em que não importa onde se vai o importante é ter a pessoa ao seu lado.
Até que um dia, aquele gentil, sereno, frágil, romântico, raro e lindo homem atentou-se para aquela flor, a olhou por outro ângulo e percebeu retirando-a do seu jardim, que havia espinhos, duros espinhos...Ele sangrou e cada nova descoberta havia um novo sangue, permeado por dor, vermelhidão...Em meio a isso, ela não deixava de ser rosa, mas ela deixava de ser perfeita e ele deixava, ele que em um momento dizia do amor que "dei", agora DEI, XA, VArria para longe o que tudo havia sido.  
É difícil lidar com o poesia da pétala quando se descobre que um pouco mais abaixo há espinhos, mais difícil ainda é se machucar com eles e perceber que mesmo assim, por trás do espinho há uma flor, mesmo que pequenina há uma flor. Lembra? Você em um dia a viu ali...Lembra, para poder lembrá-la de que mais que espinho ela é flor.


sábado, 9 de janeiro de 2016

Um aniversário sem presente

O dia não era comum, estava ela prestes a completar um ano a mais de vida, ela havia sido mal acostumada, pois há anos que o aniversário dela começava meia noite e um. O horário? Meia noite e um, ela esperou receber parabéns, mas nada...meia noite e cinco nada...uma hora nada...foi dormir. No outro dia, acordou e como de costume foi abrir seu facebook esperava encontrar um daqueles textos e enormes que a faziam se sentir a mais  amada, ela abriu o face e se deu conta que novamente estava muito mal acostumada. Tudo bem pensou, o celular tocou após algumas horas estava avisando que chegara uma mensagem, lembrou-se de que  ela também recebia mensagens enormes nesta data, talvez fosse.... Não , não era.
De todas as formas tentou se contentar descontentemente, em meio a tudo isso sentira-se estranhamente insatisfeita, nunca foi de comemorar aniversários, mas percebeu que tinha pessoas que comemoravam por ela e com ela ae isso a deixava mais satisfeita e até sentia uma pitada de obrigação de comemorar, enfim, por fim, chegou a noite desse dia, em meio ao silêncio, ao vazio estava chegando meia noite as lágrimas e a nostalgia tomava conta, foi então que ela recebeu um presente... Tarde demais, ela não havia sido acostumada assim, tarde demais o presente dela tinha sido sem presente, tentou sorrir em vão sentindo-se que tudo isso tinha sido mera obrigação.


Parabéns no presente você acaba de descobrir que não é tão  amada assim
....

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A pausa do texto: um casal



Abaixo um texto ficcional:




Havia um homem sentado em uma mesa e em sua frente havia um computador, concentrado ele digitava, parava colocava a mão na boca ajeitava os óculos como quem desse uma pausa para pensar. Envolto em seus pensamentos materializados no computador estava esse homem.
Uma mulher como se por um momento não se importasse com aqueles pensamentos, foi andando, andando e divagar se viu atrás desse homem, olhou para ele, mirou o que ele estava escrevendo sem ele perceber e mansamente e estrategicamente colocou o braço direito sobre o pescoço desse homem e completou com o esquerdo, abraçando-o tirou aquele homem daquele estado. Como em uma resposta agradável a ação dessa mulher o homem virou-se sentado, a abraçou, puxou-a para seu colo e olhando para os olhos dela sorriu, ela o olhou como quem olha para uma lua, o achava brilhante, lindo, admirável, sereno.

Ele sem dizer uma palavra a beijou da maneira mais calma e serena possível, demoradamente a segurou firme, como quem diz: “você pertence a mim”! Ela respondeu, fechou seus olhos e sussurrou: “te amo meu esposo, te amo Pedro!”.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Apresento o Quequé: ele tinha o poder das lágrimas

Muitas vezes senti falta de um personagem ficcional neste blog, alguém para atribuir traços da realidade, alguém para sonhar, alguém para viajar com os pensamentos...Mas o personagem não vinha! E se tem uma coisa que não faço é forçar escritas criativas, os poemas nascem quando pedem para nascer e com os personagens e com as histórias ocorrem da mesma forma. Fui nascida a forceps, vai ver é por isso que não tiro palavras criativas a forceps!
Nasça quando tiver que nascer, eu aguardo...não tenho pressa. 

Nesse clima de parto espontâneo e natural que nasceu Quequé, ele vai se constituindo aos poucos e vai surgindo quando quiser...afinal Quequé só faz o quer! Que tal conhecê-lo?





Quequé,


de tão amado era sufocado! Algo nele dizia que a fragilidade era seu forte, branco como  o leite, doce como o açúcar, belo como o céu. Se alguém dizia que as lágrimas não eram argumentos, Quequé provava que isso não era verdade.
Chorava como um bebê, quem via essa cena dizia que era uma mistura de coisa linda de se ver com coração partido. Quequé tinha o poder das lágrimas, ela salgava quem quer que a visse e ainda elas tocavam o interior...



Quequé aquele que com lágrimas toca!