Os anos passam e as palavras continuam a pedir para serem escritas. Aline convive com essa ação há muito tempo: palavras que nascem da escrita como se estivessem sufocadas. Elas pedem para serem ditas e Aline cansou de lutar contra, então cede seus dedos e registra. O processo é sempre o mesmo, não se sabe o início e muito menos o final; o que permeia é a ânsia da escrita.
Por vezes, o registro é público e, com ele, dialoga com o desconhecido e também com o bem conhecido. Pois bem, mais uma vez está obedecendo e lembrando que não é mais aquela garotinha de 7 anos ou a sonhadora adolescente de 16 anos. Aline continua sonhando com um coração fertilizado na infância, mas agora com mais ação que sonho, querendo mais tempo no dia.
Não é a mesma Aline, mas tem uma essência idêntica que a guia. Pautada em um livro, tenta conduzir sua vida; não consegue muitas vezes, mas tenta. Afinal, a coerência é uma das buscas mais difíceis do ser humano. Como dizer, pensar, acreditar, sentir e agir coerentemente? Talvez não se tenha uma resposta apenas, mas uma resposta é ser quem se é. Descobrir o próprio ser e ser de propósito.
O que eu gosto? O que me causa raiva? O que eu busco? O que eu não abro mão? O que eu abro mão? O que é minha estrutura, minha coluna, meu alicerce? O que é apenas meu telhado? Quão fundo preciso descer para alicerçar o quanto que preciso subir?!
É de joelhos prostrada que Aline prossegue, buscando o que por vezes nem olhos viram e nem ouvidos ouviram. Ela olha para trás, ela olha para o contexto e vê que não haveria outra forma! Reconhece quem é: uma gota, um grão na imensidão que se encontra com a onipotência que longe de ser ela, está com ela a todo momento. Aline não conseguiria nada, mas caminha desde os 5 anos com quem pode TUDO, com Deus!
Então suspira aliviada, com a serenidade de quem guiada e cuidada descansa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário