Cá estou eu em Corumbá/MS, certo dia
estava eu em um evento on-line quando fiz uma pergunta a palestrante que logo
disse "Ah, essa é a Aline, professora da UFMS, uma parceira, obrigada
Aline...". Estava eu logada com meu nome completo, o que possibilita o acesso
ao meu currículo e consequentemente ao meu e-mail, pouco tempo depois, recebi
um e-mail que era mais ou menos assim "Sou professor da UFMS de Campo
Grande/SP, que prazer ter uma companheira no evento, caso precise de algo aqui
está meu Whats".
Corumbá/MS
Caiu como uma luva, eu estava
precisando de algo e não sabia muito bem a quem perguntar, então rapidamente
iniciei as perguntas sobre a pesquisa que naquele momento eu estava pensando em
submeter ao sistema da universidade. Em meio a gentileza do auxílio, a conversa
foi finalizada com a indicação de Manoel de Barros, eu conhecia bem o escrito
desse poeta, utilizei ele como epígrafe na minha tese, mas não sabia que ele
morou aqui em Corumbá/MS e em Campo Grande/MS.
Que coincidência maravilhosa, Manoel
representa meu olhar, minhas defesas e mal sabia eu que a inspiração dele é
essa aqui que estou vivendo! Totalmente compreensível.
Agora te entendo mais ainda Manoel e olha, neste lugar que você
mesmo disse que muitas vezes é lugar desprezado, eu como você não consigo
entender! É preciso de um olhar profundo para compreender que é aqui que vale a
pena viver.
Manoel escreveu um pouco sobre ele, compartilho abaixo:
Manoel, temos muito em comum, eu também aprecio, para mim o valor das coisas mesmo não está em marcas ou propriedades, mas na paz de um lindo sol se pondo!
"Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus
silêncios."
É Manoel, eu também entendo os sotaques das águas, o falar do vento, o
deslumbre do sol beijando as àguas, também dou importância ao desimportante e o simples me fascina! Meu quintal é maior que o mundo, pois é tudo que cabe no meu olhar. Ah e só para avisar, lembrei de você, pois desde semana passada a cada evento que participo você é declamado com um brilho nos olhos que só quem vive no Pantanal pode demonstrar! |
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