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sábado, 24 de fevereiro de 2024

Vivendo um sonho...

Todos os dias, Aline pensa se acordará e se tudo isso que está vivendo é um sonho. Fazer o que se ama, escolher como e quando se faz é uma dádiva. Estar no lugar certo, com as pessoas certas, fazendo o que é certo, é uma preciosidade.

E o melhor disso tudo? É ter um trabalho que contribui com um mundo melhor. Que alegria, trabalhar com educação e formação de pessoas. 

Pelas crianças, sigo formando professorandos e professores. Em meio a isso? Dos lugares mais distintos, recebo convites para palestras, cursos, formações de professores, bancas de TCCs, mestrados e doutorados. Pais, mães, avôs, ex e atuais orientandos, ex e atuais discentes emitem mensagens carinhosas, marcam encontros, pedem textos, dicas e como um ato carinhoso me convidam:

-Vamos tomar um café? Estou com saudades.... 
-Vamos fazer um meet

Sei que estou com falta com muitos, mas aos poucos vou cumprindo e encontrando todos. Nos meus percursos, vamos construindo parcerias e estabelecendo vínculos para além da academia, para quando nem há mais academia. 
O nome "professora", após os vínculos passa a ser substituído por "Aline", "amiga" e as conversas passam a se misturar com a realidade educativa e as confidências da vida....
Sabe quando a Sandy diz que o "imortal não morre no final"? Pois é, não morre com o fim das aulas, não morre com a colação e tenho visto como tem continuado.

Todos estão ali, carinhosamente nas minhas redes sociais e mesmo que às vezes não temos tempo de nos vermos semanalmente, nos acompanhamos e vamos nos atualizando.

Diante disso tudo, só me resta o medo diário, estou sonhando? Será que vou acordar?

Nem nos meus melhores sonhos nas bibliotecas da vida (rsrs pois é, quantas vezes capotei estudando) eu sequer imaginei que seria assim.... 



Obrigada meu Deus!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Série da turma da Mônica


Assisti a série da turma da Mônica, essa galerinha esteve comigo na infância e depois com as minhas turmas enquanto professora da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Com certeza recomendo essa turminha para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico e de um trabalho com ética e valores, pois possibilita a reflexão de valores universais em um âmbito filosófico e simples. Na série,  a turma  não é mais criança e também não é adolescente. Nesse âmbito, desenrolam vivências repletas de reflexões. Mônica é esperta, corajosa, forte, chamada por muitos de brutamontes, mas que demonstra uma liderança, sorriso, empatia, coração generoso e disposto a ajudar. Com esse perfil, a série possibilita ser maratonada e mostra que as mudanças existem e ninguém é perfeito. Na série, outra personagem que merece destaque é Magali, que não conseguindo dizer não, acaba que não faz nada bem feito. A dificuldade dela está em desapontar as pessoas, ao dizer não, por isso opta por sempre dizer sim, mas ao final acaba que desaponta a todos que ela disse sim. Diante disso, na série é destacado que há momentos em que é necessário negar algumas coisas. 


No decorrer da série, algumas frases são ditas e as destaco aqui:


"⁠Filha, se eles te veem assim, o problema está neles, né? Ninguém é uma coisa só."

Turma da Mônica: a Série


Somos repletos de fragmentos que juntados apresentam vários de nós, a busca por desenvolvimento precisa ser constante, mas somos repletos de erros e acertos, defeitos e qualidades.


"Vergonha é ter vergonha de quem você é."

Turma da Mônica: a Série.


Descobrir quem se é e ser de propósito é uma das maiores riquezas da vida. Ser você é necessário, pois todos os outros já existem!


"Cada um precisa saber lidar com os seus pontos fracos."

Turma da Mônica: a Série

  
Temos pontos fortes e pontos fracos, precisamos compreender quais são e aprendermos a lidar com eles.


A série lançada em 2022, está no Globoplay e além dessa série, vale lembrar que em 2019 foi lançado o filme Turma da Mônica: laços, em 2021 Turma da Mônica: lições e neste ano, ou seja, em 2024, nos cinemas, foi lançado:  Turma da Mônica Jovem: reflexos do medo.


Desses deixo uma frase do lições:


 "⁠Quando alguma coisa muda, a gente não precisa jogar fora. A gente pode transformar em outra coisa. Isso é crescer. "

Turma da Mônica: lições


Sim, a gente pode transformar quando a gente cresce, compreendendo que nada é estático nessa vida e que o que nos ocorre nos constitui.



Enfim, para você que é educador seja na escola ou em sua casa, para você que está se educando na busca do avanço diário, recomendo a turma da Mônica em suas várias versões e suportes. Considerando que de uma forma real, demonstra as fragilidades e potencialidades humanas, com todos os sentimentos possíveis  que envolve a humanização.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Um quadro afetivo

 Ontem na aula fui surpreendida com esse quadro, o fato não é o quadro, gente, a Má pintou o lago de Garça/SP que é muito importante para mim, por vários motivos. Eu sempre gostava de visitar esse lago, esse contato com  natureza e foi lá, em cima da ponte, rodeada de cerejeiras (minha flor rosa preferida) que o Pedro me pediu em namoro como uma cena de filme. Eu amei e esse quadro estará sempre no meu lar.





Abaixo, um pouco desse lago...




Que presente mais especial e maravilhoso.

domingo, 9 de julho de 2023

Tudo melhora...

 O segundo semestre começa com tudo, um artigo aceito, um convite para uma palestra, um parecer favorável de uma ótima revista e um livro publicado e dedicado para a sobrinha mais linda do mundo e intitulado Aspectos de uma história da cidade e da educação em Marília/SP





Disponível em: https://ebooks.marilia.unesp.br/index.php/lab_editorial/catalog/book/423

https://ebooks.marilia.unesp.br/index.php/lab_editorial/login?source=%2Findex.php%2Flab_editorial%2Fcatalog%2Fview%2F423%2F4059%2F7397
Deus meu, posso ouvir que é só o começo? O tempo desértico está passando...


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Estagiária

 Alegria é chegar na escola para observar a aula do discente e ser confundida pelos funcionários com estagiária.


-Você é estagiária?

-Não, professora da UFMS.

Nesse momento uma expressão de espanto é feita! Como quem não acredita muito, mostro meu crachá e então ouço:

-Ah, então logo dará aula para mim, entrei este ano!


Lembrando que quando eu era estagiária a pergunta era:


-Mas você é o que?

-Estagiária.

-Mas você parece que tem 15 anos.


E diante desse relato dos professores e famílias, a diretora me chamava de estagiária debutante rsrs

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Discente desenhou a Maliz

 




Dos encantamentos da docência:

@mayaracg31
@simplesmente.artista

desenhou a Maliz e me deu de presente! Eu amei e fiquei muitíssimo emocionada 🥰💝

#sobrinha #arte #desenho


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Formas de amar: aprendendo com crianças 73



Domingo entregamos os diplomas aos pequenos, recebi essas lindas flores de uma pequena muito especial, que tem uma família maravilhosa.


Para sempre na memória, coração e imagem.

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Dia dos professores





É 15 de outubro de 2019, não trabalho é dia dos professores.
Recebo uma ligação, desço e um homem desconhecido entrega essas flores à pedido do Pedro!








Ela é lilás representando dignidade simboliza bons sentimentos.



quarta-feira, 12 de junho de 2019

Lecionar





"Gostava de lecionar, por que uma princesa não pode ser professora? O que é mais nobre que isso?"


Branca de neve na série Once Upon a time

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Giz, lápis, caneta, marca texto e giz: rumo ao foguete





Os materiais revelam quem ela é, sempre com uma arma na mão para completar o foguete.
Iniciou com giz de cera, cresceu um pouco e segurou o lápis de cor, coloriu o mundo, o seu mundo ao mesmo tempo que o descobriu.
Prosseguiu...
Segurou a caneta, cresceu um pouco? Pôde usar a famosa caneta em gel, acoplou o marca texto e hoje voltou para o giz...
Mas não é aquele da Educação Infantil, é o giz de lousa e com ele faz com que outros mundos descubram que também podem completar um foguete.


Avante, porque a vida não para, para você consertar o que quer que seja e o foguete está lá, pronto para subir quando você estiver seguro para conhecer o céu.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

domingo, 20 de janeiro de 2019

Docência


Você percebe que está na profissão certa quando faz um mês que está de férias e sente uma vontade enooooooooorme de voltar a trabalhar e dividir seu mundo com o mundo de outros pequenos.
A expectativa aqui só aumenta...


Os finais me cansam, os inícios me revigoram.


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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Formas de amar: aprendendo com crianças: 65



Hoje, eu pude enfim postar sobre uma despedida que tive há alguns meses. Em 2015, conheci a cidade de Garça/SP como funcionária pública daquele espaço que em 2014, foi palco do início do meu namoro com o Pedro.

Tirada por mim em 2018


Durante três anos a Garça/SP, foi meu refúgio e a via todos os dias. Em 2017, tive a oportunidade de permanecer nesse espaço das 6h30 às 17h e em alguns dias se estendia para às 20h. Essa foi minha vida, entre trancos, alegrias, caronas, conheci Garça/SP do meu jeitinho e a vi como a cidade das pessoas que me receberam bem e se mostraram sempre humildades perante os seres humanos.
Foi em Garça/SP que conheci a Educação Infantil e vi que um maternal II, poderia ser lindo de se ver...





































sábado, 26 de agosto de 2017

Pérolas da docência: pensamentos de crianças





Entrego uma folha sulfite branca para o pequeno e giz de cera de várias cores, ele escolhe o branco, eu não falo nada, somente observo. Desenha de um jeito, de outro, olha para o giz e como que inconformado por não ver o seu desenho me pede ajuda dizendo:
-Prô, aponta o giz?
Inevitável foi não rir. As reflexões dos pequenos encantam!


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sábado, 5 de agosto de 2017

Professorando: sobre a sinceridade

Pérolas da docência: sobre a sinceridade

Com três anos o pequeno me pede com voz mansinha:
-Prô, você poderia fechar a minha mochila por favor?
Olho para ele com expressão de admiração pelo pedido educado, rapidamente, ele percebe e diz:
-Prô, eu sou lindo não é mesmo?!

Sorrio e abraço, tem como não ser lindo, um pequenino desse?


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domingo, 17 de julho de 2016

Abastecimento


Felicidade é saber que amanhã você verá 25 motivos para tornar sua manhã mais feliz.  Será uma manhã para abastecimento de amor!



 



Maturidade é saber colocar sua felicidade onde o vento não pode abalar é se abastecer daquilo que não acaba...


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Conversas escritas



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Ser professora é conversar cinco meses com uma mãe pela agenda e após isso encontrá-la e descobrir que não é nada do que imaginou. Ser professora é por vezes, conhecer a letra, o nome, interpretar a forma que a mãe está pela forma que escreve e conhecê-la  pessoalmente depois disso.



Que lindo é a imaginação que a escrita nos proporciona. Em um tempo de whatsApp eu ainda me comunico escrevendo e aguardando um, dois ou até uma semana para saber a resposta.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Amor pedagógico


Não haviam me contado, mas aprendi professorando que no primeiro dia de aula,
todas as crianças são apenas todas as crianças...Com o passar dos dias elas
vão se tornando singulares, ocupando nossos corações  de um jeitinho todo especial!
Em poucos meses elas alargam meu coração
para poderem morar nele!
Pedagogicamente passo a amá-las
Ao final do ano letivo,
está eu lá chorando
por ter que deixar
cada criança
singular e
única.

domingo, 2 de novembro de 2014

Professorando 4: relatos escolar da vida de uma professora

Continuando o relato da minha vida escolar...

No terceiro ano de UNESP, iniciei os estágios curriculares obrigatórios, iniciei pelo fundamental (pelo fato de gostar mais) voltei para a escola que tinha realizado estágio remunerado e contei histórias nos três meses que frequentei a escola. Posteriormente, estagiei em um berçário e depois na EMEI, a unidade escolhida foi a que eu estudei com cinco e seis anos.
Além disso, em 2011, também fiz aula de teatro, em uma aula a professora trabalhou com as emoções que fez com que eu contasse a minha história, assim, contei a história do que eu senti em voltar em um lugar que tinha estudado há 15 anos. Após contar a história, a professora de teatro pediu que eu a escrevesse e ela foi lapidada da seguinte forma:




Minha história: Presente e passado entrelaçado

Conheço uma menina que resolveu voltar para a escola que ela tinha estudado há 15 anos, porém dessa vez ela não era denominada como aluna, mas sim como estagiária.  A menina entrou na escola ansiosa para encontrar algo que lhe parecesse familiar, então ela olhou para o pátio e lembrou que era nele que ficava sentada em fila esperando sua mãe chegar, quase sempre ela fixava o olhar no portão procurando a mãe que nunca era a primeira a entrar.
-Hei Pedro, sua mãe chegou! Carla agora é a sua- dizia a menina.
Após alguns minutos que o portão tinha sido aberto a menina continuava sentada esperando, e enquanto isso ela brincava de “caminhão de laranja”, “babaloo” e tantas outras brincadeiras que utilizavam as mãos. Mas agora já tinha se passado 15 anos, ela olhou para a direita procurando o “parque” e encontrou as gangorras, os balanços, mas não encontrou o brinquedo que ela mais gostava: o trepa - trepa, que permitia que ela ficasse mais alta que os adultos.
            Ela olhou para a esquerda, procurando a piscina que tanto gostava, entretanto encontrou uma quadra no lugar da azul piscina que era utilizada poucos dias no mês.            Sem desistir de encontrar resquícios do passado a menina colocou-se nas pontas dos pés e inclinou o corpo procurando enxergar o extremo da escola, e então ela sorriu, ao perceber que ainda tinha algo que permanecia da mesma forma, era  o tanque de areia. No mesmo instante ela imaginou-se garotinha, sentada em meio aquele marrom todo, ela tocava aquela areia que escorria por seus dedos. A garotinha adorava construir castelos das histórias que a professora contava, era “Cinderela”, “Bela e a Fera”, “Branca de Neve” e tantas outras histórias.
            Ela sempre pensava:
            - Esse castelo será da “Chapeuzinho Vermelho”, coitada não teve príncipes e nem castelos.
            Enquanto pensava também fazia muro, pontes e duas portas para o castelo.
            Quando cansava de fazer castelo, pegava o balde enchia de areia e misturado com imaginação, aquela areia virava bolo de morango, bolo de chocolate, e se encontrava um graveto ele logo era transformado em vela de bolo de aniversário e se quisesse uma festa era só chamar os colegas da classe que prontamente cantavam parabéns, e na hora de assoprar a velinha diziam:
            - Assopra mais forte igual ao lobo mau dos três porquinhos.
            Mergulhada em sua imaginação, ela voltou para o pátio e levou o olhar para o lado, foi quando ela paralisou, não acreditava no que estava vendo, em um momento tudo parecia ter voltado 15 anos da sua história, a menina tinha encontrado a professora de quando era aluna daquela escola. A professora não tinha mudado, continuava com o mesmo cabelo a mesma pele e mesmo sem reconhecer sua aluna do passado, a adorável e serena professora esboçou um sorriso singelo e simples, naquele momento passado e presente se entrelaçava, foi quando a professora disse:
            - “Hei turma, vamos turma tomar o lanche...”
            Ela olhou para a sua ex-aluna, e disse
            -“essas crianças!”
            A menina permaneceu observando a professora, seguindo-a com o olhar e procurando alguma coisa do passado. Até que percebeu que a professora não era mais a mesma, apesar de aparentemente estar igual, algo tinha mudado, pois a professora que antes era admirada e considerada uma heroína que a pequenina sonhava em ser igual, agora parecia tão frágil.
            A professora não era a mesma, a menina tinha certeza. Foi então que a estagiária percebeu que fazia menos de 05 minutos que ela estava naquele pátio, e que nesse tempo ela tinha voltado quinze anos da sua história, passado e presente tinha se entrelaçado.
            Refletindo, a estagiária considerou que antes a professora parecia tão forte e grande porque a menina era pequenina e a olhava de baixo para cima, agora ela está do tamanho da professora e a olha frente a frente.
            Não sei se fiz certo revirar nas minhas memórias, que como um baú foi aberto no exato momento que olhei para aquele pátio na posição de estagiária. Se é certo fazer isso eu não sei, mas de uma coisa eu sei: esse baú continua aberto, para tantas e tantas HISTÓRIAS, tantas e tantas MEMÓRIAS.                            

                                                                                                  Aline de Novaes
                                                                                             23/08/11

            Essa história representa uma etapa muito importante da minha vida e realmente o baú de memórias continua aberto...Em breve continuo a proposta do "Professorando", postando sobre minha escolha em ser professora!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Professorando 3: relatos escolar da vida de uma professora

Continuando o relato da minha vida escolar....

Nossa surpresa aconteceu na quinta série, quando voltamos para o Baptista e as turmas estavam mescladas entre os alunos do Baptista e do Maria sttela. No início ficamos apreensivos, mas depois vimos que foi algo positivo, pois após alguns meses, estávamos  amigos e nem entendíamos por que tínhamos rixas na quarta série.     Nessa série tivemos uma professora que nos abandonou, ela estava grávida e dizia que não aguentava a bagunça, um dia ela chorou na sala de aula. Ao contrário dos outros anos, a indisciplina era muito grande, os alunos falavam alto, andavam, brigavam, e pegavam os materiais escolares que não o pertenciam.
            No decorrer dos anos, eu sentava na primeira carteira, fazia todas as atividades e buscava junto com minha amiga, tirar a melhor nota. Na sexta série, recebi 4.75 em matemática foi a minha nota mais baixa, quando descobri chorei e pedi para a professora aplicar uma prova de recuperação, a professora disse que aplicaria no dia seguinte e então eu estudei a noite inteira e consequentemente consegui acertar todas as questões e tirar nota 10.
            Na sétima série, eu conheci uma amiga na escola que de certa forma mudou minha vida, pois ela fazia teatro e dizia que lia muitos livros, assim, comecei a fazer teatro, e também queria ler todos os livros que existissem na biblioteca, eu achava um absurdo não ter lido nenhum livro com 13 anos, então comecei a emprestar livros da biblioteca.            Toda semana eu pegava um livro como: Pollyana, Pollyana Moça, A marca de uma lágrima, Amor impossível possível amor entre tantos outros, após alguns meses, lia os livros do Pedro Bandeira em apenas uma tarde. No intervalo das aulas eu conversava com a uma amiga sobre os livros que estávamos lendo, eu aprendi a gostar de ler com ela, pois ela falava com prazer dos livros que lia. Uma tia minha incentivou esse gosto e me deu uns livros considerados clássicos da literatura, assim, sem saber dessa característica eu li Dom Casmurro de Machado de Assis e depois fui conversar com a minha professora de português perguntando: “professora, aquela história é verdade? Porque ele fala na primeira pessoa”, a professora explicou que a história não era verdadeira e aquela era a forma que alguns escritores escreviam.
            Essa professora de português não ensinava muito sobre livros, mas ensinava sobre a análise sintática de frases, a forma e o conteúdo que ela utilizava está gravado em minha mente. Ela era muito rígida e exigia silêncio absoluto, pois dizia que sua enxaqueca se manifestava com o barulho. Assim, não podíamos conversar e ao chegar à sala de aula ela esperava silêncio, em seguida, escrevia o conteúdo na lousa, enquanto copiávamos ela explicava e depois fazíamos atividades.
            Talvez o diferencial dela em relação aos outros professores é que ela realmente dominava o conteúdo e respondia todas as perguntas que fazíamos. Apesar de ser uma ótima professora, não gostávamos de ter aula com ela, pelo fato de ser cansativo ficar em silêncio por 50 minutos.
            Quando a professora repreendia-me eu ficava pensando e repensando que deveria ter sentado, ou ter falado menos. Eu era disciplinada, e qualquer apreensão dos professores fazia com que me sentisse mal e pensasse: “amanhã ficarei em silêncio”.
            Na 8ª série, gostei muito da formação da turma, pelo fato de conhecermos uns aos outros. Havia alguns meninos que eram muito engraçados, ríamos todos os dias, porém às vezes ficávamos tristes, pois sabíamos que no ano seguinte a sala seria transformada, pois muitos alunos mudariam de escola.
            Nesse ano, fizemos camiseta, com a seguinte frase “não somos melhores e nem piores somos apenas diferentes”, nos sentíamos diferentes, pois éramos uma sala unida. Essa união, fez com que a turma fosse castigada, pois uma menina da nossa turma rasgou o caderno de ocorrências da escola, então a diretora foi até a sala e perguntou quem tinha feito aquilo, nós sabíamos quem era, mas não contamos. A diretora começou a ameaçar, fingiu que ligou para a polícia e por fim disse que ficaríamos sem participar do interclasse, que era um período do ano que ocorria jogos entre as classes (futebol, vôlei e outros).
            Na minha sala tinha os melhores jogadores de futebol da escola e esperávamos com muita expectativa os jogos, mesmo o jogo sendo tão importante para a sala, ninguém contou quem tinha rasgado, e a diretora disse: “Se vocês não contarem ficarão sem interclasse” e assim não participamos dos jogos. Uma amiga minha e eu apresentamos um teatro para representar a turma no interclasse e o tema do teatro era provar que todo adolescente queria aparecer.
            Fazíamos festa da primavera na escola, vendíamos bolo, brigadeiro, refrigerante para arrecadar dinheiro para a formatura, esse dinheiro era administrado por mim e por uma amiga, no final do ano a turma foi para um parque aquático com o dinheiro arrecadado e nos divertimos muito.    Na formatura, mais precisamente no dia da colação, escrevi um texto que foi corrigido pela diretora e  assim pude lê-lo em homenagem aos professores que gostaram de tal ato. Além disso, teve premiações para os três melhores alunos de cada turma e eu recebi uma medalha de “Honra ao Mérito”, os demais alunos disseram que já sabiam que eu receberia.
              Os alunos, pediam meu caderno para copiar a matéria em casa e pediam que os auxiliasse na resolução dos exercícios, eu auxiliava com alegria, porque gostava de ensinar. No primeiro ano do ensino médio, permanecemos na mesma escola que também passou a atender o 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, fomos surpreendidos quando percebemos que eles tinham formado uma sala com os melhores alunos, eu estava inclusa nessa sala e as outras classes nos chamavam da sala dos CDFs; a equipe escolar negava, mas nós sabíamos que era a verdade.
               No segundo ano do ensino médio, comecei a trabalhar e mudei para uma escola que atendia no período noturno, a escola também era estadual e era denominada “Baltazar de Goy Moreira”. Minhas recordações dessa época são mais negativas do que positivas.             No terceiro ano do ensino médio, eu chegava à sala cansada e a sala tinha muita desordem, barulho e bagunça. As maiorias dos professores não se importavam muito e ao contrário da outra escola eu não queria relacionar-me com eles.
            Havia um professor, que realmente se interessava e queria que aprendêssemos, seu nome era Tolói, cuja aula era agradável e demonstrava um grande domínio da matéria (o que não era comum entre os outros professores). Esse professor era um dos mais respeitados pelos alunos, não por medo, pois ele era um dos poucos que não gritava e raramente ficava nervoso, dessa forma o respeito era em decorrência da grande admiração que os alunos tinham por ele, mesmo os que não se interessavam pelos estudos o admiravam dizendo que ele sabia muito sobre história e demonstrava segurança sobre o que falava, outra característica dele era que não faltava às aulas, ele foi meu professor por dois anos, e não faltou nenhuma vez, (já com os outros professores não se pode dizer o mesmo).
            Ao descobrir que eu tinha escolhido pedagogia como curso superior, ao contrário dos outros professores, ele me incentivou bastante e disse algo que sempre irei lembrar: “Não importa o que você fizer, no mundo precisamos desde o pedreiro até o médico, mas se você escolher ser um pedreiro então você deve ser o melhor pedreiro, assim como o médico e as demais profissões”.
            É impossível falar da minha trajetória escolar e não citar o nome do Tolói. Ele respondeu todas as perguntas que eu fazia, mesmo se a aula era sobre segunda guerra mundial e eu perguntava do descobrimento do Brasil, ele respondia e nunca disse que não estávamos trabalhando com aquele conteúdo. Quando tínhamos aula vaga uma amiga minha e eu, pedíamos para ele responder algumas dúvidas e ele fazia prontamente.
            Comumente eu costumava dizer que nos dois últimos anos do ensino médio, a escola tinha atrapalhado e não ajudado meu aprendizado, assim ao perceber como o ensino era precário, comecei a estudar sozinha frequentando todos os dias, a biblioteca municipal da cidade de Marília.
                   No ano seguinte, estava com 17 anos “entrei” na UNESP, passando em sexto lugar no vestibular, apesar de algumas invariantes como: estudar apenas em escola pública, estudar no noturno e ter trabalhado nos últimos dois anos, não ter feito cursinho pré- vestibular e estar saindo do ensino médio.
               Na UNESP, rapidamente me acostumei com a forma diferenciada de ensino, tínhamos que ler um texto que posteriormente era explicado pelo professor, assim, na aula o texto era exposto mesclando com nossas dúvidas. Eu adorava o fato de já ir para a aula sabendo o conteúdo que seria tratado, e conclui que era mais fácil aprender quando eu já tinha uma breve noção sobre o tema.
                  Os professores instigavam nossa criticidade e eram constantes os debates, que ao contrário da escola não alterava em nada as afinidades, desse modo, eu poderia discordar da minha amiga e apresentar argumentos para tais discordâncias, mas isso não mudaria nossa amizade. A forma de avaliação era diferente, não tive provas, mas trabalhos e seminários que inicialmente resultavam em um certo receio.
          
Em breve postarei sobre um texto que elaborei a partir da sensibilização em uma aula de teatro...