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sábado, 15 de novembro de 2014

A beleza e sua contradição

Sobre as belas coisas que nascem de um contexto "disbelo" 







"Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor."
Machado de Assis



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Amor é?


"Amor é a mordida de um cachorro pitbull que levou a coxa 
da Laurinha e a bochecha do Felipe. Amor que não larga. Na 
raça. Amor que pesa uma tonelada. Amor que deixa. Como 
todo grande amor. A sua marca.

....O amor invade. O amor é também o nosso plano de 
ocupação.



Amor que liberta. Meu irmão. Amor que sobe. Desce o 
morro. Amor que toma a praça. Amor que de repente nos 
assalta. Sem explicação. Amor salvador. Cristo mesmo quem 
nos ensinou. Se não houver sangue. Meu filho. Não é amor."

MF

E será que é?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Recusa em ouvir: poema



Recusa em ouvir


Tenho dito e repito: 
estou me recusando a ouvir quem não tem o que falar
Marcelino Freire disse: 
"Ás vezes a gente quer 
fazer poesia com palavra que não é nossa."


Prossigo, às vezes quer...
Pregar sem dominar 
Professorar sem estudar 
Palestrar sem ensinar 
Mestrar  sem dissertação para amparar
Doutorar sem tese elaborar

Dizer o que não se tem a falar 
é evidenciar o que não se sabe
 e esconder o que se sabe
 Sabes tu algo, eu sei...
O que de novo você tem a falar? DIGA! Rediga!
Encontre-se e não procure encontrar o que nunca te pertenceu

Seja dada a sentença:
 hiato para o dito sem falar
Tenho dito e repito:
 estou me recusando a ouvir quem não tem o que falar
Dou-me o direito de levantar-me, retirar-me e poupar-me do hiato
Tenho dito a gritos estou me recusando a ouvir 
quem quer dizer o que nada* tem a falar!




*Com 14 anos depois de dias de reflexões em par com uma amiga, foi possível concluir singularmente que o nada é a ausência de algo importante.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Gritar baixinho?



- Como sua mamãe trata o papai? 
-As vezes a mamãe trata o papai bem, às vezes mal...às vezes eles gritam baixinho...- respondeu a menina de cinco anos.






Pode parecer estranho ouvir isso, gritar baixinho? Como inserir duas palavras contrárias na mesma frase? Entretanto, estranho mesmo é a inteligência dessa criança que sem saber me lembrou que não é apenas o tom que faz as palavras soarem ásperas como um grito, a maneira que falamos e as arquitetamos, pode fazer que mesmo baixinho elas soem como um grito!



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Um conto que não tem fada, pois tem Jesus: cinderela







Olá queridos, estou em uma semana de estudos intensos com meus pequenos que vão prestar uma prova e claro que voltemos com tudo a leitura dos contos de fadas. O que me chamou a atenção foi o conto da Cinderela, ela  recebera esse nome por viver em meio as cinzas, no sentido literal  (cinzas do fogão) e sentido figurado (madrasta e suas filhas).Enfim, era cinza para todo lado, a cinza demonstra o que está morto, a tristeza...pode representar o luto intenso pela morte do pai que causou tantos danos a jovem que tinha tudo para não ser princesa. 

Vejamos algumas coisas: Cinderela era humilhada, empregada na sua própria casa. Qual a perspectiva de vida dessa moça? Ela não vivia em meio aos bailes reais, mas vivia em meio as cinzas de um fogão, como conheceria um príncipe? 

No entanto, há um convite para um baile, essa era a chance dela sair de casa, se distrair...penso que a pretensão dela não era encontrar e se casar com o príncipe que estava muito distante dela, ela sabia da existência desse príncipe, entretanto, ele não sabia de sua existência e racionalmente ele não saberia mesmo.

Há barreiras que a impendem de encontrá-lo, ela encontra com uma fada madrinha que transforma a vida dela, lhe dá roupas, sapatos, carruagem...a muda tanto ao ponto de torná-la irreconhecível. Ela vai ao baile, com uma condição "VOLTE ANTES DA MEIA NOITE". Cinderela encontra com o príncipe, ele se encanta por ela, eles dançam e não veem a hora passar...

paremos aqui nessa parte, imagine quando o príncipe a viu, você acredita que ele imaginou o contexto dela? Humilhada, vivendo em meio a cinzas, empregada, pobre, distante de qualquer atividade da realeza?

NÃAAAAAAAAAo 


O príncipe a achou belíssima e com certeza deve ter pensando "Como não vi essa moça antes?" (Já que o baile era justamente para encontrar uma noiva, o que significa que por algum motivo ele já deveria ter procurado), o relógio badala, é meia noite...sem explicar, ela sai correndo e deixa seu sapato, ele pega como se fosse a única pista para chegar a amada. Agora, o papel é outro, o príncipe que mandará seus emissários procurá-la, ela simplesmente permanece em sua casa, fazendo suas atividades diárias, quando recebe a presença dos emissários, ela calça o sapato, se casa com o príncipe, diz adeus a vida de cinzas e vive feliz...


Lendo essa história e pensando nela com essa perspectiva eu poderia adaptá-la da seguinte maneira:

Cinderela vivia em meio  a cinzas e em meio a racionalidade de que nunca encontraria um príncipe devido seu contexto. No entanto, há um convite, para que em um primeiro dia de um ano encontre com conhecidos. 
Era a chance de sair de casa, distrair-se e é claro que ela não pensava em se encontrar com o príncipe, ela sabia da existência dele, ele não sabia da existência dela..mas isso não fazia diferença até aquele momento.
Havia barreiras que a impendiam de encontrá-lo, entretanto elas foram vencidas. Ela encontra com um Jesus misericordioso que transforma a vida dela e a muda tanto ao ponto de torná-la irreconhecível. A princesa sai de casa para se encontrar com os amigos com uma condição "VOLTE ANTES DA MEIA NOITE". 
Com isso, Cinderela encontra com o príncipe, ele se encanta por ela, eles conversam sobre letras, teologia, faculdade, poemas e não veem a hora passar...Ele não imagina o contexto dela, ele com certeza deve ter pensado "Como não vi essa moça antes?", 
O relógio badala, é meia noite...sem explicar o porque, ela sai apressadamente e em meio a um "Você já vai?" ela deixa seu nome com um abraço, como se fosse a única pista para chegar a amada. Agora, o papel é outro, o príncipe que irá procurá-la, seus emissários emitem aprovação...o príncipe, a procura virtualmente, a encontra no exato momento que ela estava pensando nele e assim, os caminhos dos dois vão se cruzando, interligando e tudo começa a fazer a sentido a princesa pensa: 
-Até hoje, não houve um homem sequer que fizesse com que eu o admirasse plenamente, não houve um homem sequer que me desse paz por ser quem é, não houve um homem sequer que o presente dele me bastasse, não houve um homem sequer que fizesse com que eu me sentisse satisfeita, ao ponto de não almejar transformações em sua personalidade...Não houve porque já havia  e eu estava sendo transformada para ele, ao ponto de me tornar irreconhecível, afinal, príncipes só se relacionam com princesas e o meu contexto? É cinzento, admito, mais do que se possa imaginar...Todavia, quando temos Jesus no meio, qual a importância do contexto e da racionalidade? Jesus nos faz negar nosso contexto e trabalha com coisas que parecem irracionais.