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domingo, 29 de novembro de 2015

Uma carta que talvez não será entregue



Olá queridos, hoje, compartilho uma carta que escrevi, são palavras que tentaram sair por diversas vezes, mas as segurei e as soltei em carta da maneira mais doce que consegui. Escrevi essa carta na tentativa de ser compreendida e de alterar um olhar que parte de um ponto de vista equivocado. Talvez essa carta nunca seja entregue, mas escrevê-la me fez compreender melhor  quem sou eu.
Tenho aprendido que amar é aguentar firme e segurar com força a aspereza, a raiva, a intolerância. O Senhor tem me ajudado a me manter em silêncio e a não retribuir qualquer manifestação de raiva, mesmo que por vezes essa raiva não tenha um motivo real! Mas sobre isso, a bíblia nos ensina não é mesmo? É só lembrarmos de José e seus irmãos e o quanto ele foi traído e humilhado, sem um motivo real, mesmo os irmãos deles "acreditando" que o motivo deles era sensato e que eles tinham razão sim....Prossigamos na difícil tarefa de amar, amar até os que não merecem nosso amor.


  



Chegar aos 24 anos me faz pensar em que momento estou, é interessante a maneira que penso atualmente e a maneira que minha vida vem sendo ocupada, optei por ocupá-la e assim torná-la com pouco tempo disponível. No decorrer desses 24 anos, aprendi a observar e a respeitar as diferenças, há diversas pessoas que vivem a vida de diversas formas e assim, meu ponto de vista não é único e a forma que eu vivo a vida não é única.
Diante disso, é interessante ver que minha família e meu noivo compreenderam isso e compreendem plenamente e dessa forma, meus pais entenderam quando não posso estar presente em dia dos pais, dia das mães, aniversário e formatura, meu noivo compreendeu quando não pude estar presente no seu aniversário e minha irmã também compreendeu quando não pude estar no seu casamento realizado no cartório. Entre tantos outros eventos que marquei minha ausência, nesses anos, os meus sangues e aquele que será um comigo aprenderam a reconhecerem a minha vida e, a saberem, que nos momentos mais importantes eu poderei falhar e não estar, não porque não quero, mas porque não posso e não posso mesmo!
È interessante que eles entendem tanto minha vida que sabem que quase sempre tenho compromissos e por isso, avisam-se com antecedência os eventos e espaços que eles querem que eu esteja presente, eles compreenderam que a Aline  está “enrolada” em várias coisas e por isso compra a agenda do ano seguinte em novembro e costuma usar e cumprir com seus compromissos agendados. Eles sabem que se avisarem hoje, um compromisso para amanhã, correm o risco de não a terem presente e isso não o fazem brigar com ela, ou se sentirem tristes, pois eles simplesmente compreenderam que a vida dela é assim.
Não me sinto melhor, nem pior que ninguém por ter uma vida assim, não tenho tarefas mais ou menos importantes que os outros, mas eu tenho tarefas que escolhi, tenho responsabilidades fixas que devo cumprir. Diante de tudo isso, chateia-me quando a incompreensão do olhar alheio ao invés de saber o que faço da minha vida e entender quem sou eu e todos os espaços que ocupo, me julgam. A incompreensão é uma chateação, vi-me incompreendida por diversas vezes e diversas pessoas que não descentralizaram seus olhares e espero que dessa vez isso não ocorra.
Mas por que estou dizendo tudo isso? Pelo fato de prever o que vão dizer, infelizmente há muitos que não compreenderam o poder da língua e ao invés de guardá-la ou a utilizar beneficamente acabam usando  para instigar conflitos, contendas e mentiras, você já sentiu isso na pele não é mesmo? Eu tenho sentido agora nos diversos espaços que tenho estado, e posso prever o que vão dizer quando saberem que eu somente poderia ter ido ver a ____ na maternidade no sábado e que isso não foi possível porque ela teve alta.
Espero que isso não gere dúvidas sobre o carinho e amor que sinto por essa pequena mesmo antes de nascer, cada um tem uma forma de amar, uma forma de viver, uma forma possível de estar presente e nos cabe compreender, somos diferentes, seres humanos são seres singulares formados na pluralidade e se alguém não ama da maneira que eu amo, não significa que esse alguém não ame, se alguém não está presente da maneira que eu estou, não signifique que esse alguém não queira estar, se alguém não é do jeito que eu idealizo, não significa que não queira meu bem.
Para finalizar, só me resta lembrar que os caminhos da minha vida tem feito eu me desencontrar dos meus amigos, seja por causa do pensamento, seja por causa do tempo disponível, mas aqueles que foram e são meus amigos, os levo comigo e os amo da minha maneira, mesmo aqueles em que não há mais possibilidades de nos vermos e nos falarmos. Sem dúvida, amo você duplamente  e qualquer situação da vida não fará isso ser diferente e se em algum momento não for mais possível te amar pelo presente, amarei você pelo passado e a levarei e agora AS levarei sempre comigo, porque parte do que eu sou foi formado por e através de você, pois com os mais chegados nos formamos e só por isso  me sinto grata, e me sinto na obrigação de ser DOCE E GENTIL com você, mesmo que por vezes seja difícil, mesmo que por vezes eu queira ser áspera, ou simplesmente queira retribuir a amargura, a falta de docilidade, a ingratidão e a descentralização que recebo do mundo.
Que Deus as proteja e que esse mesmo Deus não as deixem esquecer que as levo comigo, do lado de dentro por toda a minha vida, pois “...só enquanto eu respirar vou me lembrar de você [s]”

Bem vinda a nossa _______
Novembro 2015
Aline







Eu te encorajo a hoje devolver com carta de amor os que tem te tratado com ingratidão, raiva e aspereza.




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